quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Campanha defende direito de observar as estrelas

Reportagem Reporter Eco - TV Cultura - SP
http://www2.tvcultura.com.br/reportereco/materia.asp?materiaid=1057

Físico, matemático, astrônomo e filósofo. O italiano Galileu Galilei, que viveu entre os séculos 16 e 17, revelou um novo mundo ao observar o céu - viu as montanhas da Lua, as manchas solares, as estrelas da Via Láctea. Foi uma revolução para a ciência. Quatrocentos anos depois mais de cento e trinta países participam do Ano Internacional da Astronomia, declarado pela ONU. É uma tentativa de despertar o interesse, principalmente dos jovens, pelo assunto.

Luz artificial excessiva ou mal direcionada, que afeta a nossa saúde, dos animais e das plantas também. É o que se chama de poluição luminosa. E é por conta dela que nós, habitantes das cidades, quase não conseguimos ver as estrelas. Na escuridão total, a olho nu, é possível observar cerca de 6000 estrelas. Ao redor das grandes cidades, esse número cai para 250.No centro de uma metrópole não passa de vinte e cinco.

Combater a poluição luminosa para garantir o direito de ver estrelas é um dos objetivos do Ano Internacional da Astronomia. O astrônomo e pesquisador da USP Augusto Damineli explica que perdemos bilhões ao direcionar as luzes para o céu noturno.

"A iluminação pública corresponde a quase um terço da energia produzida. Então se usarmos adequadamente essa energia nós economizamos uma hidrelétrica. Não é que a gente vá desligar uma hidrelétrica. Mas deixamos de construir outra no Amazonas. Quando você ilumina o ambiente noturno, o acasalamento de várias espécies, a alimentação de várias espécies, a navegação de várias espécies é dificultada. Então destruir a escuridão noturna é como destruir uma floresta. Mesmo essas grandes plataformas de petróleo no oceano, altamente iluminadas, elas desviam muitas aves migratórias das suas rotas, as aves ficam rodando, morrem aos montes".

Damineli lembra que o céu é um recurso natural. Um patrimônio da humanidade.

" As grandes estrelas, as primeiras que morreram, formaram nosso oxigênio. Depois, a segunda geração formou o nosso carbono. Depois o ferro. Então ,nós somos poeira das estrelas, atrás de nós está a vida das estrelas. Nós temos uma herança cósmica atrás de nós".

O Ano Internacional da Astronomia promove a redescoberta da nossa ligação com o universo.Por meio de uma série de eventos no mundo todo. Ainda dá tempo de participar. São todos eventos públicos e gratuitos.

O site do Ano Internacional :
http://www.astronomia2009.org.br/.

Autor:
Editora-Chefe:Vera Diegoli. Reportagem:Cláudia Tavares. Pauta:Marici Arruda. Edição de Texto:Gloriete Gasparetto. Imagens:Edgar Luchetta e Adilson de Paula. Edição de Imagens: João Kralik.

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