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sábado, 17 de outubro de 2009

Novas usinas na Amazônia - destruição disfarçada de progresso

A última fronteira

Com tecnologia menos agressiva ao ambiente, novas usinas na Amazônia evitarão repetir os desastres de Balbina e Tucuruí

Duda Teixeira

Uma nova fronteira está sendo aberta na Amazônia. Não se está falando, desta vez, de agricultura, e, sim, de energia. O governo federal pretende construir três hidrelétricas gigantes na região. Duas delas, a de Santo Antônio e a de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia, que constam do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), são a solução que o Palácio do Planalto habitualmente contrapõe à previsão feita por especialistas de que uma crise energética de grandes proporções se aproxima.

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Pelos dados do Ministério do Meio Ambiente, só no período de doze meses anteriores a agosto de 2006, 13.100 quilômetros quadrados de Floresta Amazônica – o equivalente a meio estado de Alagoas – foram derrubados para abrir espaço para a pecuária, a soja e outros fins.

Os dados da devastação acelerada comprovam que a ameaça ambiental não está na construção de novas hidrelétricas, sobretudo porque estas adotam hoje tecnologias menos agressivas à natureza. O que aumenta o risco de o avanço energético na Floresta Amazônica fugir ao controle é o avassalador fracasso demonstrado pelo estado brasileiro no cumprimento da tarefa de fiscalizar e impedir a destruição de áreas que devem ser preservadas.

"As obras do Rio Madeira poderiam incentivar a ocupação de uma vasta área da Amazônia cujo ecossistema é muito delicado", preocupa-se o biólogo americano Thomas Lovejoy, presidente do Centro Heinz para a Ciência, em Washington.

.... Belo Monte, no Pará, foi projetada ao lado de florestas com grande biodiversidade e tem como vizinhos dez tribos indígenas. As usinas do Rio Madeira estão perto demais de áreas preservadas e de terras indígenas e longe demais dos principais centros de consumo.

O custo da linha de transmissão até o Sudeste já foi estimado em 10 bilhões de reais, o que encareceria bastante o projeto, orçado inicialmente em 20 bilhões de reais. ....Inaugurada em 1984, Tucuruí, no Pará, alagou uma vasta área de floresta e afogou, sem remorso, toda a fauna que ali vivia. Também atraiu indústrias e migrantes, o que provocou a devastação de mais da metade da floresta nos sete municípios mais próximos....

Usina de fio d'água no Rio Danúbio, na Áustria: sem reservatório

Em vez de uma só usina com um grande reservatório, o projeto prevê duas menores, cujas turbinas serão acionadas pelo sistema a fio d'água. Nesse método, toda a água que chega é aproveitada pelas turbinas, do tipo bulbo, e, em lugar de formarem um lago, as águas avançam 500 metros em cada margem do rio durante o período de cheia.

O projeto prevê ainda que as árvores da área a ser alagada sejam retiradas antes e de forma progressiva. Desse modo, os animais podem sair andando e não se forma um lago que se tornaria uma fonte de gases de efeito estufa causado pela decomposição do material orgânico, como ocorre hoje na usina de Balbina.

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Na usina de Peixe Angical, uma obra da iniciativa privada inaugurada no ano passado no Rio Tocantins, as medidas sociais e ambientais responderam por 13% do orçamento. O projeto exemplar incluiu a construção de hospital e residências para as pessoas desalojadas, aterros sanitários, cursos de educação ambiental, viveiros de espécies retiradas e o resgate de 55.000 animais, entre eles um milhar de invertebrados.

Até minhocas foram recolhidas e transportadas para locais seguros. Nas usinas do Madeira, grupos de investidores já deram demonstrações de que aceitam arcar com esse custo ambiental. "A maior ou menor degradação do ambiente depende de quanto um país está disposto a investir em medidas que reduzam ou compensem o impacto", diz o engenheiro Rafael Schechtman, diretor do Centro Brasileiro de Infra-estrutura (CBIE), uma consultoria do Rio de Janeiro. "A questão é saber se a sociedade está disposta a arcar com esse custo."

O último projeto das usinas do Rio Madeira ...reserva áreas para a construção,..de eclusas....[que] vão permitir que a produção agrícola de Rondônia e de Mato Grosso...– seja levada em barcaças até Porto Velho ou Itacoatiara, no estado do Amazonas. Neste último porto, o carregamento poderia ser transferido para navios maiores e seguir diretamente para destinos em qualquer ponto do mundo.... a hidrovia pode chegar a 4.155 quilômetros...

.... isso vai requerer um aumento de 350.000 quilômetros quadrados na área agrícola, o que daria uma área maior do que São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos. Evidentemente, cabe ao estado o dever de impedir que o crescimento da produção ocorra à custa de desmatamentos da Floresta Amazônica.

....Dados da Eletrobrás mostram que o Brasil dispõe em seus rios de quedas-d'água em quantidade suficiente para multiplicar por quatro sua capacidade hidrelétrica – mas 40% de todo esse potencial está na bacia do Rio Amazonas.

Se a economia brasileira crescer 5% ao ano, como está nos planos do governo Lula, será preciso acrescentar 3.500 megawatts por ano à capacidade energética do país. Com a construção das pequenas hidrelétricas e termelétricas que já receberam licença ambiental, o máximo de acrescimento até 2010 será de 1.272 megawatts anuais, segundo o CBIE. "A partir do ano que vem, o sistema elétrico já poderá operar no limite", diz Adriano Pires, diretor da consultoria. "Bastará uma temporada de chuvas fracas ou um aumento no consumo para que tenhamos um novo apagão."

Das usinas de menor porte ..... poucas despertaram o interesse dos investidores. Um dos motivos é o medo de ter a construção interrompida. Atualmente, qualquer cidadão munido de título de eleitor pode recorrer à Justiça e mudar completamente o andamento da obra de uma usina caso a ação seja aceita por um juiz. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), existem 25 usinas hidrelétricas com cronograma parado ou atrasado devido a obstáculos criados pelo Ibama, pelo Ministério Público, por órgãos estaduais e movimentos ambientalistas.

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VEJA TAMBÉM

Veja o texto original:

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Campanha defende direito de observar as estrelas

Reportagem Reporter Eco - TV Cultura - SP
http://www2.tvcultura.com.br/reportereco/materia.asp?materiaid=1057

Físico, matemático, astrônomo e filósofo. O italiano Galileu Galilei, que viveu entre os séculos 16 e 17, revelou um novo mundo ao observar o céu - viu as montanhas da Lua, as manchas solares, as estrelas da Via Láctea. Foi uma revolução para a ciência. Quatrocentos anos depois mais de cento e trinta países participam do Ano Internacional da Astronomia, declarado pela ONU. É uma tentativa de despertar o interesse, principalmente dos jovens, pelo assunto.

Luz artificial excessiva ou mal direcionada, que afeta a nossa saúde, dos animais e das plantas também. É o que se chama de poluição luminosa. E é por conta dela que nós, habitantes das cidades, quase não conseguimos ver as estrelas. Na escuridão total, a olho nu, é possível observar cerca de 6000 estrelas. Ao redor das grandes cidades, esse número cai para 250.No centro de uma metrópole não passa de vinte e cinco.

Combater a poluição luminosa para garantir o direito de ver estrelas é um dos objetivos do Ano Internacional da Astronomia. O astrônomo e pesquisador da USP Augusto Damineli explica que perdemos bilhões ao direcionar as luzes para o céu noturno.

"A iluminação pública corresponde a quase um terço da energia produzida. Então se usarmos adequadamente essa energia nós economizamos uma hidrelétrica. Não é que a gente vá desligar uma hidrelétrica. Mas deixamos de construir outra no Amazonas. Quando você ilumina o ambiente noturno, o acasalamento de várias espécies, a alimentação de várias espécies, a navegação de várias espécies é dificultada. Então destruir a escuridão noturna é como destruir uma floresta. Mesmo essas grandes plataformas de petróleo no oceano, altamente iluminadas, elas desviam muitas aves migratórias das suas rotas, as aves ficam rodando, morrem aos montes".

Damineli lembra que o céu é um recurso natural. Um patrimônio da humanidade.

" As grandes estrelas, as primeiras que morreram, formaram nosso oxigênio. Depois, a segunda geração formou o nosso carbono. Depois o ferro. Então ,nós somos poeira das estrelas, atrás de nós está a vida das estrelas. Nós temos uma herança cósmica atrás de nós".

O Ano Internacional da Astronomia promove a redescoberta da nossa ligação com o universo.Por meio de uma série de eventos no mundo todo. Ainda dá tempo de participar. São todos eventos públicos e gratuitos.

O site do Ano Internacional :
http://www.astronomia2009.org.br/.

Autor:
Editora-Chefe:Vera Diegoli. Reportagem:Cláudia Tavares. Pauta:Marici Arruda. Edição de Texto:Gloriete Gasparetto. Imagens:Edgar Luchetta e Adilson de Paula. Edição de Imagens: João Kralik.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Excesso de luz

Já não bastasse um bairro inteiro crescendo como um câncer, inundando o céu de luz com suas lâmpadas inadequadas, agora puseram enormes holofotes apontados para todos os lados. Chegaram ao absurdo de acender até mesmo durante o dia.



Se queriam iluminar alguma torre ou alguma construção, por que apontar luzes tão potentes a quilômetros de distância?

Quem quiser conhecer essa abominação procure nas proximidades do Condomínio Vila Flora e da fábrica de tubulações Amanco em Sumaré-SP.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Soluções Práticas

É possível mudar as luminárias e direcioná-las de forma barata, prática e fácil.

Utilizando luminárias adequadas e direcioná-las corretamente, em ângulo reto para baixo, para direcionar a luz para baixo ou em ângulo máximo que passe pouco mais da metade da distância ao poste seguinte ou para o outro lado da rua.

Usar lâmpadas com potência menor, mas que irão iluminar da mesma forma, pois toda a luz será aproveitada.

Em áreas particulares, usar sensores de presença, que acendem apenas quando detectam movimento e servem como alarme indicando a presença de pessoas, inclusive as indesejadas.

Usar dimmers, para regular a intensidade da luz, evitando o exagero e o desperdício.

Usar lâmpadas que emitam em poucos comprimentos onda (luz) ou em um comprimento que não prejudique a observação do céu como as de vapor de sódio de baixa pressão.

Iluminação inteligente: apenas onde e quanto é necessário, de forma uniforme, contínua e melhor. Com luz menos intensa, evitando ofuscamento e "abre-fecha" da pupila.



Exemplo de luminária correta: A lâmpada fica envolta por todos os lados, exceto para baixo, iluminando tudo, e apenas, o que é necessário.

Viabilidade

Em algumas cidades, as luminárias dispersivas já vem sendo trocadas por luminárias adequadas. Isso prova que é viável iluminar de forma correta.

Um dos exemplos acontece em Campinas, interior de São Paulo. Em algumas das principais avenidas da cidade, a Prefeitura e a CPFL Energia vem colocando novas luminárias que ( como a da foto acima) iluminam de forma eficiente e ainda economizam energia.

E economizariam muito mais se a fossem utilizadas, também as lâmpadas adequadas. Estão sendo instaladas lâmpadas de 250 W, e em alguns locais, são colocadas duas lâmpadas. Isto está acima do necessário. Seria suficiente a instalação de apenas uma lâmpada de Vapor de Sódio de baixa pressão de 150W.